Esta sou eu. Uma adolescente irreverente e irracional, com cento e sessenta e oito centímetros de altura, um sinal acima do lábio superior direito, mãos estupidamente pequenas e o cabelo a ficar loiro de tão estragado que está. Não sei definir-me com exactidão, talvez porque eu não [acho que] encaixe no estereótipo dos tempos de hoje. Eu sou diferente, e ainda não descobri se isso é bom ou mau.
Não sei qual é o meu estilo. Adoro usar calças de ganga apertadas e sweatshirts largas, e sempre com ténis. Mas a meio da semana apareço com uma mini-saia de estilo retro que sobe até à cintura. Odeio saltos altos. Quando me casar vou usar umas All Star brancas. Adoro anéis e pulseiras, mas não suporto usá-los. Adoro pintar as unhas de vermelho. Por vezes pinto só as da mão esquerda porque perco a paciência para pintar as da outra. Passo a vida a riscar nas minhas calças e nas minhas sapatilhas, e nas mesas, e nas paredes, e no chão, e na pele das outras pessoas. Gosto imenso de artes, e de ser aluna de artes. Gosto ainda mais das aulas de desenho. Se não fosse lá, a minha cultura geral sobre cocó [eufemismo] e quedas de skate não seria tão rica.
Uso a escrita e a música como escapes, como forma de esvaziar a mente. Sou completamente apaixonada por rock n’ roll, e os solos de guitarra calminhos fazem-me chorar.
Odeio estar sozinha, mas prefiro isso aos silêncios constrangedores. Tenho fobia a esses momentos [reacção pós-trauma].
Conheço muita gente, e tenho alguns amigos. Esses são a prioridade número um na minha vida. Aqueles que me conhecem [bem], sabem que sou perita a dar conselhos, e péssima a segui-los.
Duas coisas que faço todos os dias são abraçar e sorrir. E sorrir a toda a hora e para toda a gente que se dirija a mim. E eu sorrio independentemente do meu estado de espírito. Sorrio mesmo quando tudo o que não quero que aconteça acontece, mesmo quando me sinto um caco por dentro. E eu sinto-me um caco por dentro todos os dias. Sorrio para não chorar. Sorrio para transmitir às outras pessoas apenas o meu lado forte porque, se não o fizer, todos aqueles que se apoiam em mim vão deixar-se ir abaixo. Tenho de sorrir por aqueles que eu amo. Ninguém tem noção do quanto isto é difícil.
E depois há aquelas pessoas que, só de olhar para mim, deduzem instantaneamente a minha maneira de ser. Aparentemente, tenho cara de toxicodependente, de convencida e de leviana [mais um eufemismo]. Nunca se deve julgar o livro pela capa. Não sou nada do que as pessoas dizem que eu aparento ser.
Eu não sou perfeita, isso é certo e mais do que óbvio. Sou extremamente confusa e fraca de espírito, e é frequente eu meter água em quase todas as situações por que passo. Estou a passar pela fase mais complicada da minha vida até hoje, e tenho feito escolhas que não me levam ao bom rumo da vida. Eu sinto-me lixo. Sinto-me vazia, como um livro ao qual arrancaram as páginas com as partes fulcrais da história. Eu perdi a noção de felicidade, e ando por aí à procura de uma luz onde ela não existe. Digo “sim” quando deveria dizer “não” e fujir na direcção oposta. Estou a mudar, e nunca antes tive tanto medo de mim própria. Sinto-me consumir por este vazio horrível, cheio de memórias que não se desprendem de mim.
Ser Catarina Martins não é fácil. Não me julgues pelo que vês, não me odeies sem me conheceres. E se, de qualquer das maneiras, eu não te agradar, desculpa… Mas eu sou assim, e não vou mudar por ti, nem sinto qualquer necessidade de agradar, seja a quem for.
Não sei qual é o meu estilo. Adoro usar calças de ganga apertadas e sweatshirts largas, e sempre com ténis. Mas a meio da semana apareço com uma mini-saia de estilo retro que sobe até à cintura. Odeio saltos altos. Quando me casar vou usar umas All Star brancas. Adoro anéis e pulseiras, mas não suporto usá-los. Adoro pintar as unhas de vermelho. Por vezes pinto só as da mão esquerda porque perco a paciência para pintar as da outra. Passo a vida a riscar nas minhas calças e nas minhas sapatilhas, e nas mesas, e nas paredes, e no chão, e na pele das outras pessoas. Gosto imenso de artes, e de ser aluna de artes. Gosto ainda mais das aulas de desenho. Se não fosse lá, a minha cultura geral sobre cocó [eufemismo] e quedas de skate não seria tão rica.
Uso a escrita e a música como escapes, como forma de esvaziar a mente. Sou completamente apaixonada por rock n’ roll, e os solos de guitarra calminhos fazem-me chorar.
Odeio estar sozinha, mas prefiro isso aos silêncios constrangedores. Tenho fobia a esses momentos [reacção pós-trauma].
Conheço muita gente, e tenho alguns amigos. Esses são a prioridade número um na minha vida. Aqueles que me conhecem [bem], sabem que sou perita a dar conselhos, e péssima a segui-los.
Duas coisas que faço todos os dias são abraçar e sorrir. E sorrir a toda a hora e para toda a gente que se dirija a mim. E eu sorrio independentemente do meu estado de espírito. Sorrio mesmo quando tudo o que não quero que aconteça acontece, mesmo quando me sinto um caco por dentro. E eu sinto-me um caco por dentro todos os dias. Sorrio para não chorar. Sorrio para transmitir às outras pessoas apenas o meu lado forte porque, se não o fizer, todos aqueles que se apoiam em mim vão deixar-se ir abaixo. Tenho de sorrir por aqueles que eu amo. Ninguém tem noção do quanto isto é difícil.
E depois há aquelas pessoas que, só de olhar para mim, deduzem instantaneamente a minha maneira de ser. Aparentemente, tenho cara de toxicodependente, de convencida e de leviana [mais um eufemismo]. Nunca se deve julgar o livro pela capa. Não sou nada do que as pessoas dizem que eu aparento ser.
Eu não sou perfeita, isso é certo e mais do que óbvio. Sou extremamente confusa e fraca de espírito, e é frequente eu meter água em quase todas as situações por que passo. Estou a passar pela fase mais complicada da minha vida até hoje, e tenho feito escolhas que não me levam ao bom rumo da vida. Eu sinto-me lixo. Sinto-me vazia, como um livro ao qual arrancaram as páginas com as partes fulcrais da história. Eu perdi a noção de felicidade, e ando por aí à procura de uma luz onde ela não existe. Digo “sim” quando deveria dizer “não” e fujir na direcção oposta. Estou a mudar, e nunca antes tive tanto medo de mim própria. Sinto-me consumir por este vazio horrível, cheio de memórias que não se desprendem de mim.
Ser Catarina Martins não é fácil. Não me julgues pelo que vês, não me odeies sem me conheceres. E se, de qualquer das maneiras, eu não te agradar, desculpa… Mas eu sou assim, e não vou mudar por ti, nem sinto qualquer necessidade de agradar, seja a quem for.